domingo, 29 de novembro de 2015

Quiche de Cogumelos - Quiche de Abobrinha com Queijo de Cabra - Quiche de Carne Seca - Quiche de Alcachofras

Preparar quiche é algo bastante simples e fácil, além de ser uma forma muito interessante de receber os amigos com uma comida "aconchegante" e preparada por você com muito cuidado e carinho.

Muitas variante podem ser feitas, ficando a critério da sua criatividade preparar algo bem especial ou mesmo inusitado.

Lá vamos nós (uma quiche grande para 6 pessoas). 
ah...por ser uma tradução do alemão e alsaciano (Kuche), você pode dizer "a" Quiche ou "o" Quiche...não encana.







Massa: 
- 300 g. de farinha de trigo;
- 150 g. de manteiga sem sal;
- 2 ovos;
- 1 punhado de sal;

Misture tudo com bastante vigor, até que a massa deixa de esfarelar e se torne lisa, homogênea e desgrude das mãos. Embrulhe a massa em filme de PVC e leve à geladeira por cerca de 40 minutos.

Preparo:

Utilize uma forma com fundo removível, isso ajudará bastante o processo de preparo. Unte a forma com um pouco de manteiga e passe uma leve camada de farinha. Se a forma for antiaderente, esta etapa está dispensada.

Abra a massa sobre uma superfície enfarinhada, deixando-a uniforme e fina. Cubra o fundo da forma e em seguida as laterais. 

Um dica importante: umedeça as mãos e vá alisando a massa na forma, como se fosse uma argila. O objetivo dessa etapa é uniformizar a espessura da massa, evitar furos e que ela fique rachada em alguns pontos. 

Agora você deverá forrar a parte interna da massa com papel manteiga, e em seguida adicionar feijões (cerca de 1 kg); o feijão não faz parte da receita; o objetivo é criar um peso sobre a massa que irá ao forno, evitando que ela suba ou se deforma durante o processo de cozimento. 

Ponha a forma em forno baixo e pre-aquecido (205 graus) por cerca de 20 minutos. Retire a forma do forno, remova o papel manteiga e os feijões, levando a forma ao forno por mais uns 5 minutos. Retire a massa do forno e espere esfriar (será bem rápido).

Recheio:

- 500 ml de creme de leite fresco;
- 200 ml de leite integral;
- 6 ovos;
- um punhado de sal e pimenta do reino.

Quebre os ovos dentro de uma tigela, adicione o creme de leite, o leite integral, o sal e a pimenta do reino.

Com a ajuda de um fouet (batedor de garfos), misture tudo vigorosamente, até que se transforme em uma mistura homogênea. Reserve.

Quiche de Cogumelos:

- 300 g. de cogumelos de Paris frescos e fatiados.
- 200 g. de Shitake fresco e fatiados.
- 50 g. queijo gorgonzola.
- Azeite, sal, pimenta do reino.
- Alho poró a gosto.

Leve os cogumelos ao forno de microondas por cerca de 4 minutos em potência máxima. Esse processo desidratará os cogumelos, concentrando o sabor. Drene a água que será eliminada. Tempere com um pouco de azeite, sal e pimenta do reino.

Acomode os cogumelos dentro da forma, esfarele o queijo gorgonzola com as mãos, adicione as rodelas de alho poró e em seguida cubra com a mistura de creme de leite/leite e ovos. Salpique a superfície com queijo Parmesão ou Gruyere e leve ao forno em temperatura média (230 graus) por cerca de 50 minutos. 

Quiche de Abobrinha com Queijo de Cabra:

- 2 abobrinhas italianas finamente fatiadas em rodelas.
- 200 g. de queijo de cabra (pode ser o Cablanca, Chabichou ou Chevrè du Mont);
- Azeite, sal, orégano, ervas de Provence e pimenta do reino.
- Alho poró a gosto.
Leve as abobrinhas fatiadas ao microondas, por cerca de 3 minutos; vire as fatias de abobrinha e leve novamente ao forno microondas por mais 3 minutos. As abobrinhas ficarão desidratadas e levemente tostadas. Ponha numa tigela e tempere com azeite, sal, pimenta do reino, orégano e ervas da Provence. Reserve. 

Acomode o queijo na base da massa já assada, acomode a abobrinha, o alho poró fatiado em rodelas e em seguida cubra com a mistura de creme de leite/leite e ovos. Salpique a superfície com queijo Parmesão ou Gruyere e leve ao forno em temperatura média (230 graus) por cerca de 50 minutos. 

Quiche de Cerne Seca.

- 350 g. de carne seca já dessalgada e desfiada.
- 1/2 cebola;
- Manteiga e azeite;
- 100 g. de queijo Ementhal.
- Sal, orégano e pimenta do reino. 

Aqueça 2 colheres de manteiga junto com um pouco de azeite; adicione a cebola picada bem fininha e misture tudo em fogo bem baixo. Esse processo não deve dourar a cebola, mas deixá-la bem macia. Em seguida adicione a carne seca desfiada e aumente para fogo médio. Refogue a mistura. Verifique o sal e faça correção se necessário.

Acomode o queijo Ementhal picadinho sobre a massa, adicione a carne seca e em seguida cubra com a mistura de creme de leite/leite e ovos. Salpique a superfície com queijo Parmesão ou Gruyere e leve ao forno em temperatura média (230 graus) por cerca de 50 minutos. 

Quiche de Alcachofras:
 
- 200 g. de coração de alcachofras picadas.
- 200 g. de queijo de cabra (pode ser o Cablanca, Chabichou ou Chevrè du Mont);
- Azeite, sal, e pimenta do reino.
- Alho poró a gosto.

Tempere as alcachofras com azeite, sal e pimenta do reino. Reserve por uns 15 minutos.
Adicione o queijo de cabra sobre a massa; gosto de esfarelar o queijo para que fique bem rústico, com toque bem caseiro. Adicione o alho poró cortado em rodelas e acomode as alcachofras cortadas; em seguida cubra com a mistura de creme de leite/leite e ovos. Salpique a superfície com queijo Parmesão ou Gruyere e leve ao forno em temperatura média (230 graus) por cerca de 50 minutos. 







quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Pappardelle alla Maradó - Pappardelle do Maradona

Maradona estava em baixa no ano de 1984. O jogador protagonizou uma briga generalizada na final da Copa do Rei daquele ano, contra o Athletic Club, enquanto ainda era jogador do Barcelona. 

O episódio rendeu três meses de suspensão a Maradona, o que culminou com o descrédito da diretoria, que logo aceitou uma oferta do pequeno Napoli, da Itália, para onde Maradona iria naquele ano. 

O argentino se revoltou pela falta de apoio da diretoria nos tribunais para amenizar sua pena, e percebeu que seus dias na Espanha estavam terminados. Porém, o episódio foi bom para o Napoli. Afinal, Maradona queria provar seu valor de uma vez por todas. 

A chegada de Maradona ao estádio San Paolo, em Napoli, foi em grande estilo, de helicóptero, e logo foi tido como rei. Na cidade italiana, Maradona viveria os melhores anos de sua vida como jogador e bon-vivant. 

Nos dois primeiros anos com Maradona no time o Napoli não conquistou títulos, mas passou a ser mais respeitado e a frequentar o pelotão de frente do Campeonato Italiano, até que, na temporada 1986-1987, o time começou, enfim, uma incrível era de conquistas. Foi nessa data que Maradona conquistou o coração dos napolitanos e praticamente de toda Itália. Ele ainda hoje é considerado uma lenda em Napoli, e ao lado do brasileiro Carena (ex-São Paulo), jamais tiveram que pagar a conta em qualquer restaurante da cidade. 

Reza a lenda que Maradona, Careca e Giordano (o trio mágico do Napoli) saíram para comer as 02h00 da madrugada, e foram ao "Napoli Nel Cuore", restaurante que sempre acolhia os jogadores após longas noitadas. Desesperado pelo horário já avançado, o único cozinheiro que ainda estava no restaurante decidiu juntar ingredientes pouco ortodoxos, dando nome ao prato que leva o nome da lenda "Pappardelle Alla Maradó". 

Lá vamos nós pelas ruas da velha Napoli....

500 g. de Pappardelle (massa em formato de fita larga).
250 g. de Linguiça Calabresa apimentada.
100 g. de Bacon com bastante carne ou pancetta.
200 g. de Cogumelo Porcini (pode ser Shitake fresco).
80 g. de tomate seco.
Molho de tomate fresco - ver receita em http://cozinhadoquarta.blogspot.com.br/2014/06/gnocchi-alla-sarda-nhoque-moda-da.html
Pimenta do reino, sal, azeite e queijo parmesão para ralar.
















Fatie a linguiça calabresa como na foto acima e leve à chapa quente até que fique levemente tostada; reserve.

Fatie o cogumelo, adicione uma boa quantidade de azeite e refogue até que fique levemente tostado, como na foto ao lado; reserve também.

Frite o bacon em sua própria gordura até que fique bem dourado e macio; reserve.

Assim que o molho de tomate estiver pronto, adicione o cogumelo, a linguiça, o bacon e o tomate seco. Deixe ferver por uns 10 ou 15 minutos, tempo suficiente para que você possa preparar a massa.

Em uma panela com água fervente, adicione um punhado de sal grosso e ferva o Pappardelle por cerca de 9 minutos. Reserve uma concha da água do cozimento e escorra o restante da água. 

Misture o molho e o Pappardelle dentro de uma panela grande, tomando cuidado para não triturar a massa. Adicione a concha com a água do cozimento, feche a panela e aguarde uns 5 minutos.

Resultado de imagem para maradona no napoliBasta servir e partir pro abraço.










Giordano, Careca e Maradona....

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Scotta Gatti - Gatos Escaldados

Essa receita é onde tudo começou. Foi a primeira receita que aprendi e carrega muito simbolismo para mim e minha família. Acredito que seja o auge da "cozinha pobre", já que a massa é preparada com farinha, água e sal - e só.

O Scotta Gatti, ou Gatos Escaldados, era a única fonte de alimento dos meus "nonnos" durante a guerra. Em meio à extrema pobreza, eles tinham um pouco de farinha, água e, às vezes, uma pitada de sal.

A receita leva esse nome porque a região do Veneto foi bastante pobre por muitos séculos, e os venezianos eram conhecidos como "magnagatti" ou "mangia gatti", os comedores de gato. Historicamente sabe-se que a população pobre comia gato mesmo, mas a expressão acabou sendo utilizada como uma brincadeira para tudo aquilo que matava a fome, era barato e tinha origem questionável.

O molho era a própria água quente do cozimento ou qualquer outra coisa que tivesse sobrado à mesa, que aliás nem sequer existia. Eles se aqueciam dentro de um estábulo, junto das vacas e ovelhas, para suportar as temperaturas baixas da região, ao pé das Dolomitas. Gastronomicamente a receita é a mesma do Spaetzle, comida germânica típica do Sul do Tirol, Áustria.

Meus "nonnos" comeram Scotta Gatti a vida toda, mesmo depois da guerra e chegada ao Brasil; obviamente as condições melhoraram um pouco, e a receita ficou mais "incrementada", com um sugo de tomates, um ragu de calabresa ou creme de queijo gorgonzolla. O importante era o simbolismo, mas sem ressentimento algum; tudo era feito contando-se piadas e falando mal dos parentes.

Receita para 4 pessoas:

- 400 g. de farinha de trigo;
- água morna;
- uma pita de sal;

Coloque a farinha e o sal em uma tigela; adicione água morna aos poucos, mexendo sempre com as pontas dos dedos até que pequenas bolinhas de massa comecem a se formar; continue esfregando os dedos até que pequenos "macarrõezinhos" se formem. Não se preocupe com a regularidade e forma. Faça isso com toda a massa, inclusive aqueles pedaços que ficarem presos entre os dedos.

À medida que os pedaços de massa forem feitos, adicione-os em água fervente com um punhado de sal grosso. O ponto correto é quando estiverem boiando - estarão cozidos.

Adicione a massa a uma panela maior, com um pouco da água do cozimento e adicione em seguida o molho que sobrou de alguma outra receita.

No nosso caso é a sobra do molho de creme de leite com gorgonzolla, da receita do Cappelletti de presunto de Parma com compota de figo ( http://cozinhadoquarta.blogspot.com.br/2014/12/cappelletti-de-presunto-de-parma-e.html ).

Aqueça bem, misture a massa com a sobra do molho, e pronto. Particularmente adoro ralar bastante pimenta do reino sobre o prato; fica ainda melhor.

Bom apetite.





segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Gazpacho - Gaspacho - Sopa fria de tomates

Essa é uma receita saborosíssima, que combina muito bem com o calor, já que é uma sopa fria. Típica da Andaluzia, região sul da Espanha, onde o bom azeite e os legumes sempre frescos nunca faltam.

A origem desse prato é sem dúvida alguma árabe, herança da presença moura no norte da África e Península Ibérica por séculos. Gazpacho significa "pão encharcado" em árabe. É importante lembrar que naquela época o tomate ainda não existia na Europa, portanto era feito com pão ensopado e triturado, além de outros legumes locais.

Apenas como curiosidade, o tomate chegou à Europa via Sevilha no início do século XVI, e na Itália um pouco depois, em 1554. Molhos tradicionais como o "Bolonhesa" já existiam antes da utilização do tomate, que mesmo tendo chegado ao Velho Mundo, ainda continuou sendo tratado como venenoso por várias décadas. Tudo muda, mas isso é uma outra história.

A receita é bem simples e fácil de se fazer; garanto que fará um grande sucesso.

Receita para 6 pessoas:

- 1 Kg de tomate tipo italiano bem maduro (evite tomates verdes) próprio para fazer molho.
- 1/2 pepino;
- 1/2 cebola de tamanho médio;
- 1 talo médio de salsão;
- 50g. de pimentão vermelho (duas tiras de largura de uns 2 cm);
- 50g. de pimentão verde;
- 3 dentes de alho;
- 2 colheres de aceto balsâmico;
- 1 pão francês amanhecido (duro).
- 200 ml de água gelada;
- Azeite, sal, pimenta do reino;


Corte os tomates em pedaços menores, retire as sementes e mantenha a casca; descasque o pepino e corte em pedaços menores; faça o mesmo com a cebola, salsão, pimentão verde e o vermelho (utilizo os pimentões com casca).

Junte todos os ingredientes, adicione uns 50 ml de azeite de boa qualidade, 1 colher de sopa de sal (rasa), pimenta do reino ralada na hora e triture tudo com a ajuda de um mixer.

À medida que o mixer moer os ingredientes, transformando-os em um purê, adicione água gelada, sempre aos poucos para controlar a espessura da sopa que mais lhe agradar. Por fim, adicione o pão francês amanhecido, preferencialmente embebido em água gelada, as 2 colheres de sopa de aceto balsâmico e os 3 dentes de alho.

Continue triturando tudo até que se transforme em uma sopa; você perceberá que a sopa ainda tem um pouco de fibras, bagaço, que não foram completamente triturados.

Caso você queira, passe a sopa por um coador, retorne a sopa à panela e leve à geladeira por 30 minutos antes de servir; para decorar adicione um fio de azeite e algumas pequenas torradas.



sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Melanzane alla Parmigiana - Berinjela à Permegiana

Receita rápida, fácil e deliciosa.
Essa receita é mega simples, e pode ser feita em pouquíssimos minutos; alguns pequenos detalhes a serem seguidos para que esteja simplesmente sensacional.

O primeiro passo é cortar a berinjela em discos de aproximadamente 0,5 cm, lembrando que para cada porção utilizaremos 4 discos. Acomode todos os discos dentro de uma tigela com água gelada e uma colher de sal, e aguarde uns 10 minutos, para que o amargor da berinjela seja removido.

Escorra a água e seque todos os discos com um papel toalha. Os discos precisam ficar bem sequinhos para que a berinjela não fique murcha - esse é o segredo!!!

Aqueça uma frigideira com um pouco de azeite e manteiga e em seguida passe cada um dos discos em um pouco de farinha de trigo, bem de leve, sem exageros. Frite brevemente cada um dos discos de berinjela, secando-os com papel toalha.

Sobre uma assadeira, coloque um pedaço de papel manteiga e acomode 4 discos de berinjela, como na foto ao lado. Ponha um pouco de molho de tomate, preferencialmente cru (tomates bem maduros apenas triturados, temperados com um pouco de sal, pimenta do reino e azeite) e adicione outro disco por cima. Sobre esse segundo disco, adicione uma fatia de mozzarella de búfala, como na foto abaixo.

Repita as operações até ter completado uma pilha com quatro discos de berinjela.

Por fim, salpique queijo parmesão ralado preferencialmente na hora e leve ao forno bem quente por uns 10 minutos.

Pronto, as berinjelas estão prontas para serem servidas. Ao final, coloque mais um pouco de molho de tomate e decore com folhas de manjericão.